Fieg encerra 2025 com inauguração do Edifício de Engenharias da Faculdade Senai Ítalo Bologna

Às vésperas do Natal, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) comemora os bons resultados do ciclo de atividades de 2025, com entrega do novo Edifício de Engenharias da Faculdade Senai Ítalo Bologna, inaugurado terça‑feira (23/12), em Goiânia. O complexo integra pacote de expansão da rede de ensino do Sistema Indústria em Goiás e encerra as celebrações dos 75 anos da Fieg, realizadas ao longo de 2025

Foto: Pedro Santos.

Na ocasião, a Federação também prestou homenagem ao engenheiro José Alves Fernandes Filho, que dá nome ao novo ambiente. Reconhecido por sua trajetória de destaque no setor industrial e na construção civil, o homenageado exerceu funções relevantes em entidades como a Associação Goiana das Empresas de Engenharia (AGE), o Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon/GO), o Serviço Social da Indústria da Construção (Seconci/GO) e o Sebrae Goiás, além de ter sido vice-presidente da Fieg e superintendente do Sesi Goiás no período de 2000 a 2004.

Na abertura do evento, o presidente da Fieg e dos Conselhos Regionais do Sesi e do Senai, André Rocha, destacou o simbolismo do momento para a indústria goiana e para a educação profissional no Estado. "A Fieg não foi construída apenas com tijolos e concreto. Ela foi edificada sobre o caráter, a visão e o suor de homens e mulheres que entenderam que a indústria é o verdadeiro motor do desenvolvimento de uma nação. Ao longo deste ano, fizemos questão de homenagear personalidades que moldaram Goiás. E, entre esses nomes, brilha também aquele que hoje eternizamos neste complexo: José Alves Fernandes Filho."

Conhecido por muitos como Zé Alves, o engenheiro é lembrado não apenas por sua formação acadêmica ou atuação empresarial, mas pela capacidade de construir relações e fortalecer instituições. "Ele tinha a alma de um construtor. Não apenas do engenheiro civil brilhante, formado pela Universidade Federal de Goiás, ou do fundador da Pirâmide Engenharia, mas de um engenheiro de pontes humanas e institucionais", complementou André Rocha.

Ao falar sobre o novo ambiente de ensino, o presidente ressaltou que o espaço nasce com vocação clara para a inovação e a formação de talentos alinhados às transformações da indústria. "Estamos inaugurando um ecossistema de inovação, com 16 salas híbridas e quatro laboratórios de ponta. "Aqui, não formaremos apenas profissionais de engenharia. Formaremos líderes da Indústria 4.0. Daqui vão sair as inovações que farão de Goiás um Estado ainda mais competitivo, próspero e justo", disse.

Valorizar o passado de olho no futuro
Em depoimento marcado pela emoção e por boas recordações, Augusto Cardoso Fernandes, filho do engenheiro José Alves Fernandes Filho, reforçou o caráter humano do legado deixado pelo pai, cuja trajetória permanece viva no setor da engenharia e na vida de muitas pessoas. "Estar aqui hoje, reunido com todos vocês, é ao mesmo tempo uma grande honra e uma emoção difícil de traduzir em palavras. Porque este momento não é apenas formal ou institucional. Ele é, sobretudo, humano."

Ao relembrar o pai, ele descreveu gestos simples que marcaram sua personalidade: o aperto de mão firme, o olhar direto e a forma cuidadosa com que escolhia as palavras, sempre com respeito e atenção ao outro. "Se ele estivesse fisicamente aqui hoje, certamente teria cumprimentado cada um com aquele gesto que lhe era tão próprio: um aperto de mão firme, um olhar nos olhos e uma breve pausa antes de falar, como quem entende o peso das palavras."

O depoimento também apontou para o futuro. Para Augusto Fernandes, dar o nome de José Alves Fernandes Filho a um espaço de formação profissional é uma mensagem clara às novas gerações de engenheiros. "Essa homenagem não olha apenas para o passado. Ela mostra aos jovens que vale a pena construir com ética, responsabilidade, generosidade e propósito. É profundamente gratificante poder dizer que foi uma honra ter sido filho dele. Em nome da nossa família, agradeço sinceramente por manterem viva essa memória e por eternizarem o seu nome em um legado."
 
Ponto de convergência tecnológica
Oportunamente, a Faculdade Senai Ítalo Bologna fez a entrega quando acaba de receber notas 4 e 5 na avaliação do Ministério da Educação (MEC) para a autorização dos cursos superiores de Engenharia de Controle e Automação e de Engenharia Elétrica, respectivamente. As duas novas graduações deverão ser ofertadas já no próximo ano, no novo prédio, reforçando o papel da instituição como polo de formação tecnológica de excelência no Estado.

Com investimento de R$ 19 milhões, o edifício possui quase 3 mil m² de área construída e foi projetado para ampliar a capacidade de ensino e modernizar a infraestrutura dedicada à formação em engenharia e áreas industriais.

São 16 salas de aula, todas planejadas como ambientes híbridos, que podem funcionar tanto como salas tradicionais quanto como laboratórios. O prédio abriga ainda quatro laboratórios especializados, incluindo os de Automação e Indústria 4.0, permitindo maior integração entre teoria e prática em ambientes tecnológicos.

"O complexo de engenharia é muito mais do que apenas um prédio ou apenas a formação em engenharia. Aqui conseguimos integrar três áreas críticas para a indústria: a mecânica, a elétrica e a automação. Essas áreas se interagem na construção, na operação e na manutenção da indústria. Quando elas estão juntas, o aluno passa a compreender o processo como um todo, desde a concepção até a aplicação prática. Essa integração fortalece a formação técnica e amplia a responsabilidade dos futuros profissionais com a indústria e com a sociedade brasileira", explicou o diretor do Senai Ítalo Bologna, Dario Queija.

Para o diretor de Educação e Tecnologia do Sesi e Senai Goiás, Claudemir Bonatto, o diferencial do novo edifício está na integração inteligente com a infraestrutura já existente na faculdade. "Em um raio de menos de 50 metros, os estudantes têm acesso a ambientes considerados referência nacional e internacional, como o laboratório de solda, um dos melhores do Brasil, e o laboratório de metrologia de qualidade industrial, reconhecido entre os cinco melhores do mundo em termos de infraestrutura", observou.

Ele destacou ainda a conexão com o Centro Avançado de Treinamento em Sistemas Elétricos e com o Instituto Senai de Automação, equipado com centros de usinagem de alta precisão, e estrutura completa para projetos de engenharia reversa, manutenção industrial, desenvolvimento de máquinas e inovação em processos produtivos.

"O Edifício de Engenharias é um verdadeiro ponto de convergência tecnológica, com padrão comparável ao das melhores universidades do mundo, fortalecendo a missão do Senai de formar profissionais altamente qualificados para uma indústria competitiva e global", avaliou Bonatto.

O diretor regional do Senai e superintendente do Sesi, Paulo Vargas, reforçou que o novo ambiente representa um avanço na formação de engenheiros, ao alinhar infraestrutura moderna e ensino conectado às demandas da indústria. "Aqui reunimos tecnologia, ambientes flexíveis e metodologias práticas, permitindo que o aluno vivencie, ainda durante a formação, situações reais do mercado de trabalho. O investimento reforça o compromisso da instituição com a educação de qualidade e com o desenvolvimento industrial do Estado", disse.

Participaram do evento o vice-presidente da Fieg, Emílio Bittar, o diretor secretário da Fieg e presidente do Sindienergias, Célio Eustáquio de Moura, o presidente da Fieg Regional Anápolis e do Sindalimentos Anápolis, Wilson de Oliveira, presidente de Honra e Conselheiro Emérito da Fieg, Paulo Afonso, os presidentes de sindicatos das indústrias Lino Ferreira (Sindquímica), Hidebrair Freitas (Sinduscon), Marcelo de Barbosa (Sifaeg/Sifaçúcar), Ricardo de Souza (Simesgo), o vice-presindente do Sinduscon, César Mortari, o presidente do Comitê da Indústria de Defesa e Segurança de Goiás da Fieg, Anastácios Dágios, os presidentes do Conselho Temático da Micro Pequena e Média Empresa e Câmara da Indústria da Construção, Jaime Canedo e Sarkis Nabi Curi, além de gestores do Sistema Indústria em Goiás.